quarta-feira, 23 de junho de 2010

Rota da Liberdade


A Rota da Liberdade é o primeiro roteiro étnico do estado de São Paulo, que leva o visitante a uma viagem pelo ciclo do café, pela saga do negro africano, sua gastronomia, religiosidade, história e cultura. Ela abrange as antigas fazendas cafeeiras do Vale do Paraíba e remanescentes quilombolas e coloca o turista em contato com o modo de vida e a identidade de grupos étnicos afro-brasileiros.

A rota é composta por 18 cidades, entre municípios do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Os roteiros são seis em sua totalidade, com destaque ao que passa pelas cidades de Guaratinguetá e Cunha. Nele é possível praticar rafting pelo Rio Paraibuna em três graus de dificuldade (corredeiras nos níveis 1, 2 e 3). O local também conta com uma vasta trilha, onde a remanescência do trabalho escravo presente nas antigas fazendas de café é parte do cenário.

Outros roteiros possuem diferentes focos. A religiosidade, por exemplo, está presente no caminho percorrido entre as cidades de Piquete, Lorena e Cruzeiro. Já quem busca conhecer um pouco mais sobre a história dos antigos barões cafeeiros, pode também optar pela rota Tremembé – Taubaté – Pindamonhangaba.

Premiação

A Rota da Liberdade está entre os dez mais inovadores programas de viagens sustentáveis do mundo segundo o Desafio em Geoturismo 2009, realizado pela National Geographic Society e o Changemakers da Ashoka. Para conhecer todos os finalistas e participar da votação, que premiará três deles com US$ 5 mil cada, acesse www.changemakers.net/geotourismchallenge. A votação ocorre até 12 de agosto.

Rota da Liberdade com a operadora Reality Tour. Informações (12) 3672-3427

Rota da Liberdade revela Cultura e histórias do Vale do Paraíba do Sul

Fazendas instaladas em cenários belíssimos e a vivência da cultura popular são alguns ingredientes do circuito

Misture cultura popular, história e muita adrenalina. O resultado é a Rota da Liberdade, circuito perfeito para os turistas que adoram aventuras. Com sete roteiros que duram, em média, três dias, a Rota da Liberdade mapeia os passos dos negros africanos no Estado de São Paulo e marca a sua influência na cultura paulista. De acordo com a coordenadora Solange Cristina Barbosa, o trabalho desenvolvido no Estado de São Paulo segue as orientações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que coordena as ações do projeto Rota da Liberdade em nível mundial, desde 1994. A rota paulista é apoiada pelos Conselhos Regionais do Turismo Paulista, Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo e por alguns órgãos locais.

No primeiro roteiro – Tremembé, Taubaté e Pindamonhangaba –, o turista conhecerá a saga dos barões do café em terras valeparaibanas, com a utilização do negro escravizado. Na cidade de Tremembé, com ruas charmosas e calmas, típicas do interior, o visitante conhece o moçambique e a congada, danças típicas trazidas pelos africanos, pelas mãos de Mestre Paizinho, exemplo de resistência aos novos tempos. Ele desenvolve com jovens e crianças do Centro de Atendimento e Educação Especial (Ceep), em Tremembé, trabalho de resgate dessas danças. “Meu bisavô Francisco José era filho de escravos e fundou um grupo de moçambique. Passou de pai para filho e hoje sou responsável pela preservação dessa cultura”.

Outro destaque no roteiro é a Basílica do Senhor Bom Jesus, construída no século 19, na Praça Padre Luís Balmes. Lá, o visitante poderá observar as imagens de Nossa Senhora das Angústias e do Bom Jesus da Canaverde (ou de Tremembé), em tamanho natural. Além disso, poderá ver a Fonte da Água Santa, de 1884, e conhecer a lenda de que um pequeno fio de água brotou aos pés da imagem do Senhor Bom Jesus.

Esportes radicais - Para quem adora ação, o Rio Paraibuna oferece opções de esportes radicais como o rafting (canoagem em corredeiras). Na Pousada Fazenda Maristela, antiga propriedade cafeeira pertencente ao visconde da Palmeira, os visitantes podem praticar rafting em corredeiras nível 1, 2 e 3, acompanhados de profissionais experientes.

A Fazenda Maristela, adquirida por monges católicos franceses em 1904, foi o primeiro mosteiro da ordem trapista na América Latina. O trabalho de seus religiosos trouxe enorme progresso para a região. Na década de 30, a propriedade foi vendida para o grupo empresarial Audrá, do Rio de Janeiro, que desenvolveu atividades agropecuárias no local, até os anos 50, quando foi comprada pela família Quartim Barbosa.

Uma extensa trilha de terra e a travessia por um pequeno rio levam o visitante à Fazenda Neuchâtel, em Guaratinguetá. Encravada num cenário belíssimo, pertenceu inicialmente a Ulisses Aléxis Pezzenoud, que ali construiu uma réplica do castelo Neuchâtel, da Suíça, seu país natal. Depois dele, teve vários proprietários. Ficou em ruínas até ser restaurada, com projeto da arquiteta Regina Maia, sobrinha-neta do frei Galvão. Hoje, a Neuchâtel mantém o seu charme e vigor de outrora e é uma das atrações da rota.

Do Pé ao Pó de Café - O dia-a-dia numa plantação de café é a atração principal da Fazenda Cabral. De acordo com Eduardo Antonio de Castro Santos, técnico responsável pelo projeto do Pé ao Pó de Café, as visitas agendadas são realizadas de maio a setembro, durante o período de colheita do café: “O turista passa o dia todo aqui e participa da colheita, leva o café para secagem, vê como são realizadas a torrefação e a moagem. Por fim, degusta um café gostoso, produzido por ele mesmo”. Além de conhecer a colheita do fruto, o visitante verá uma pequena capela dedicada a Santo Isidoro, patrono dos lavradores.

Princesinha do Norte – Os palacetes 10 de Julho, Visconde da Palmeira e Tiradentes, a Igreja São José e a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, localizados no centro histórico de Pindamonhangaba, retratam a época áurea da cafeicultura da região. São verdadeiros patrimônios históricos que vale visitar. Hoje, a Princesinha do Norte mescla ares modernos com a tranqüilidade do interior.

Pioneira – Com apenas quatro mil habitantes, Redenção da Serra impressiona os visitantes pela sua história, aparência e pelos festejos. Fundada no início do século 19 pelo capitão-mor Francisco Ferraz de Araújo, a cidade foi a primeira a libertar seus escravos, bem antes da Abolição, em maio de 1888.

A construção da grande represa do Rio Paraitinga, na década de 70, determinou o fim do município. Da velha Redenção da Serra sobraram a Igreja Matriz, o sobrado com sacadas de ferrão (antiga sede da prefeitura) e outros poucos sobrados e residências da Rua Capitão Alvim, que sobreviveram como ‘memória urbana’.

Hoje, a cidade luta para resgatar as suas origens e tradições. Os habitantes são festeiros ativos. Em abril, ocorre a Festa de São Benedito; em maio, a Festa Arraial da Gente (Cidade Velha); em junho, a Festa do Divino; em agosto, a Festa de Aniversário da Cidade (com tradicional bolo); e em outubro a Festa de Santa Cruz (padroeira da cidade).

Outros roteiros – A Rota da Liberdade contempla outros roteiros – São Luís do Paraitinga, Piquete, Lorena, Cruzeiro, Cunha, São José do Barreiro, Bananal, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela. Para Maria Dalila, artista plástica de Taubaté, “o Rota da Liberdade é um mergulho na história da região do Vale do Paraíba e um resgate da influência da cultura negra, que permanece viva, em nosso dia-a-dia”.

Cunha-Paraty – ecoambiente@uol.com.br
Fazenda Neuchâtel – fazendaneuchatel@fazendaneuchatel.com
Pousada Fazenda Maristela – www.pousadamaristela.com.br
Pousada Mogaperama – (12) 3674-1838

Arte com papel – artista Maria Dalila – (12) 3674-3742

Este anúncio é de portugal, utilizando o mesmo título.

Um comentário:

Fazenda Neuchatel disse...

Somente corrigindo a respeito da fazenda neuchatel o nome correto seria Ulisses Perrenou.
Agradeco, Obrigada!
Michele Clark.