Ela protege uma das mais ricas biodiversidades do mundo, oferece locais de beleza cênica sem igual, contribui com o fornecimento de água para mais da metade da população brasileira e na regulação do clima de algumas das maiores cidades do país.
É impossível falar da Mata Atlântica, uma das florestas mais exuberantes do mundo, sem usar superlativos para dimensionar sua importância e evidenciar sua urgente proteção. Restam apenas 7% do bioma em seu estado natural e 60% dos animais ameaçados de extinção do país dependem desse ambiente para sobreviver.
A data marca a necessidade de barrar o desmatamento, recuperar o que foi degradado, ampliar o número de áreas protegidas, públicas e privadas, e melhorar a gestão daquelas que já existem. Os principais núcleos de resistência da floresta são as áreas já protegidas, ou seja, parques públicos e reservas particulares criados por lei.
No estado de São Paulo, especialistas iniciam em junho testes em três parques estaduais, Intervales, Serra do Mar e Itinguçu, para, de um lado, controlar e prevenir o impacto da visitação e, de outro, melhorar as condições para que as unidades de conservação possam melhor receber as pessoas que queiram conhecer e proteger a Mata Atlântica.
Parque Estadual da Serra do Mar
Apenas 200 quilômetros separam a capital paulista do maior remanescente protegido de Mata Atlântica no país, o Parque Estadual da Serra do Mar.
Abrangendo 23 municípios e com 315 mil hectares, o parque abriga quase metade das 1.523 espécies de animais já descobertos no bioma, segundo Avaliação Ecológica Rápida realizada em sua área.
Muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção como o muriqui, o maior primata das américas, o papagaio-da-cara-roxa, o gato maracajá, a onça-pintada, a jaguatirica e a lontra.
Parque Estadual de Itinguçu
Outro pólo de biodiversidade no estado de São Paulo é o Vale do Ribeira sobre o qual será realizado estudo de acompanhamento de duas trilhas, uma delas no Parque Estadual de Itinguçu. A área de 8.148 hectares, com 2.420 hectares de faixa marinha, é um dos maiores trechos costeiros protegidos no estado, e tem atraído 45 mil visitantes por ano, motivados por suas cachoeiras, praias de excelente balneabilidade e beleza da paisagem.
O local é também privilegiado para o avistamento de aves. Só de beija-flores e pica-paus foram identificadas quase 30 espécies diferentes na região.
A complexa interação entre as correntes oceânicas e o relevo de altitude da costa brasileira resultou numa das regiões naturais de maior biodiversidade do planeta. Caracterizada por diferentes ecossistemas, como exuberantes florestas, campos de altitude, mangues e restingas, a chamada Mata Atlântica originalmente cobria todo litoral brasileiro, ao longo de 1,3 milhões de quilômetros quadrados.
Toda essa riqueza de ambientes também repercutiu na formação de um berçário de espécies únicas. Nestes bolsões de biodiversidade são encontrados nada menos de 7% das espécies mundiais de animais e plantas, que vivem sob intensa ameaça numa das áreas mais populosas do país.
Foi na Mata Atlântica que Charles Darwin, o criador da teoria da evolução, teve sua primeira experiência em uma floresta tropical num continente durante sua expedição no navio Beagle, em 1832. Foram três meses em que o naturalista coletou plantas, animais, insetos e acima de tudo se encantou com a multiplicidade de espécies e a beleza da mata.
Em viagem ao Brasil no ano passado, refazendo o percurso do tataravô no Rio de Janeiro, Randal Keynes, tataraneto de Charles Darwin, disse que ele ficaria horrorizado com a destruição da Mata Atlântica brasileira: há 177 anos atrás, ele encontrou quase intocado o que agora está reduzido a apenas 7%.
Onça-pintada, bicho-preguiça, lontra, mico-leão-dourado, gato-maracajá, muriqui, sabiá-cica e papagaio-do-peito-roxo são alguns dos 383 animais ameaçados de extinção e que dependem da Mata Atlântica para viver.
Pitanga, goiaba, araçá, caju, uvaia, maracujá e jabuticaba são frutas nativas da floresta atlântica.
Agora quem quiser percorrer as Trilhas de São Paulo pode adquirir o seu passaporte sem sair de casa. O livro de bolso com indicação de 40 trilhas espalhadas em 19 Unidades de Conservação paulistas pode ser adquirido pela internet, no site: http://intranet.seade.gov.br/publishop.
O valor do passaporte continua R$ 5,00, mais o valor do frete.
Lançado em agosto de 2008, o Trilhas de São Paulo - www.trilhasdesaopaulo.sp.gov.br - é um programa que pretende interligar todos os ecossistemas, as regiões e as paisagens do Estado de São Paulo, como o Appalatian Scenic Trail (parque - trilha que interliga a costa leste dos Estados Unidos e o Sendero do Chile) percorrendo de norte a sul do país sul-americano.
A aquisição do guia era feita somente na administração dos parques, na secretaria estadual do Meio Ambiente e na Fundação Florestal. Agora, pela internet, é possível garantir o Passaporte com antecedência e começar a escolher as trilhas.
Veja mais: www.ambiente.sp.gov.br
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